Esporte Solitário
Por diversas vezes na vida a angústia toma conta. Não há drogas, entorpecentes ou barbitúricos suficientes para aplacar a ânsia de adrenalina subliminar, aquela que fode na alma mesmo.
Uma puta revolta vai desencadeando uma indigestão sistemática, e a hemorragia de prazer se faz necessária. Mas como alcançar nirvana rodeado de fantasmas acinzentados de uma realidade?(Por que os do natal eu já comi na ceia passada). E vou vociferando, correndo atrás de algo que me ajude a lograr a minha consciência, por que ela me coloca em pé de igualdade com mulheres submissas. É uma burca negra, que me tapa até os olhos, e me faz regozijar nos poucos segundos de liberdade, quando o vento roça os pelos pubianos e me faz um pervertido, um lobo mau que deseja comer até o rabo da vovozinha.
Então, sem bebidas, drogas ou acidez alguma, recorro ao símbolo máximo de domínio do universo masculino, aquilo que nos torna capazes de resistir às investidas mais fortes de fêmeas alucinadas. A amiga das horas tristes e que devasta cada gota da pureza que um dia me fez um bom garoto. A punheta! Um momento de interiorização que no auge da agonia faz mandar Shakespeare a merda e recitar bem alto “Holly shit!”.
E nesse momento que sou só no mundo, me transformo em um Dom Juan de Marco, quando nenhuma conquista é impossível. E nesse frisson de sensações desperto para uma vida que não é possível nos tramites normais do dia a dia. Desisto da starway to heaven e me largo acelerando em uma highway to hell, embora acredite na sábia frase do Woody Allen, que dizia que “se Deus não quiséssemos que nos masturbássemos teria feito nossos braços mais curtos”.
Ouvindo Siririca baby!