“ Magical Mystery Tour”

Quem sabe ainda eu seja como Jack Kerouac, o santo padroeiro dos estradeiros, definiu: “um estranho e solitário católico louco e místico”. Me encontro aqui, ao redor dos meus 30 anos recém completados, tentando aproveitar uma centelha mística junto com as últimas doses colossais de entusiasmo (com outras doses a mais) de um apaixonado, febril e nervoso sonho que habitou secretamente minha cabeça desde a pós-adolescência: a transcendência, mesmo que fugaz, das circunstâncias mais lúgubres da minha vida para alguns momentos fantásticos e oníricos na ‘Montanha Mágica’.
Para isto, transformarei-me num peregrino místico, por 2 ou 3 semanas, tal qual San Juan de La Cruz, Knulp, Sal Paradise, Sidarta e tantos outros que passaram boa parte da vida ‘celebrando a estrada aberta’ e escrevendo seus ‘romances em movimento’ como Don Quixote de Cervantes.
Partirei, como o herói de On The Road, do “Leste da minha juventude para o Oeste do meu futuro” , “seguindo o sol na rota do poente” ou qualquer outra metáfora lisérgica com pontos cardeais que me levem aos pés da ‘Venerável Cordilheira’.
Aos pés, onde possa vislumbrar o cume nevado e esquecer da minha antiga jornada que se confunde com a própria e petulante jornada da humanidade ocidental.
Subir devagar, respirando o, cada vez mais escasso, verde ar e curar a minha febre onírica por contemplação; acalmar, enfim, meu coração real com a sonoridade psicodélica desta Terra irreal. Encontrar uma ‘luz no meu caminho’? Talvez, mas com certeza encerrar o simulacro de uma fase que iniciou aos 18 anos e terminará quando retornar.
Depois disso casarei, terei filhos, plantarei Pinus, provavelmente perderei o lado místico e maravilhoso.
Meu mundo se tornará real porém meu coração, para sempre, irreal.
Para isto, transformarei-me num peregrino místico, por 2 ou 3 semanas, tal qual San Juan de La Cruz, Knulp, Sal Paradise, Sidarta e tantos outros que passaram boa parte da vida ‘celebrando a estrada aberta’ e escrevendo seus ‘romances em movimento’ como Don Quixote de Cervantes.
Partirei, como o herói de On The Road, do “Leste da minha juventude para o Oeste do meu futuro” , “seguindo o sol na rota do poente” ou qualquer outra metáfora lisérgica com pontos cardeais que me levem aos pés da ‘Venerável Cordilheira’.
Aos pés, onde possa vislumbrar o cume nevado e esquecer da minha antiga jornada que se confunde com a própria e petulante jornada da humanidade ocidental.
Subir devagar, respirando o, cada vez mais escasso, verde ar e curar a minha febre onírica por contemplação; acalmar, enfim, meu coração real com a sonoridade psicodélica desta Terra irreal. Encontrar uma ‘luz no meu caminho’? Talvez, mas com certeza encerrar o simulacro de uma fase que iniciou aos 18 anos e terminará quando retornar.
Depois disso casarei, terei filhos, plantarei Pinus, provavelmente perderei o lado místico e maravilhoso.
Meu mundo se tornará real porém meu coração, para sempre, irreal.
Jóca Barret
obs: algumas frases acima são de Kerouac e outra de Henrique Gebur.